O Enfermeiro como Integrante da Equipe Multiprofissional
em Comissão de Controle Infecção Hospitalar
Oliveira, E.L., Departamento de Enfermagem do Hospital Virtual Brasileiro - UNICAMP, Campinas - 1997.
INTRODUÇÃO
De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, infecção hospitalar "é toda infecção adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação, ou mesmo após a alta quando puder ser relacionada com a hospitalização". Como podemos constatar, as infecções hospitalares constituem um sério problema, acarretando uma maior taxa de mortalidade e letalidade.É extremamente importante lembrar, que nenhuma taxa de infecção hospitalar pode ser avaliada fora de seu contexto de origem, onde são consideradas uma série de variáveis como: idade, doença de base que motivou a internação, fatores de risco como uso de medicamentos imunossupressores, procedimentos invasivos diagnósticos e/ou terapêuticos. Isoladamente, as taxas globais de infecção, tem pouco valor na avaliação dos riscos reais de infecção dos pacientes admitidos em uma instituição, e podem conduzir a sérios erros de interpretação.
Em torno de 90% das infecções hospitalares são causadas por agentes bacterianos, os outros 10% sendo representados por vírus, fungos e protozoários. O custo adicional em termos de hospitalização, tais como: exames propedêuticos, novos medicamentos e antibióticos; causado pelas infecções hospitalares é extremamente alto podendo multiplicar várias vezes os custos iniciais de cada tratamento.
A Enfermagem dentro das Comissões de Controle Hospitalar (CCIH), é de extrema importância já que é o profissional de saúde que tem um contato mais direto com o paciente
De uma forma geral o papel do Enfermeiro nessa Comissão é o de orientar os profissionais de Saúde no que diz respeito a prevenção de infecções e contribuir com medidas específicas para que não ocorra disseminação de microorganismos dentro do ambiente hospitalar.
Num breve retorno no tempo, desde os tempos imemoriais a humanidade vem tentando prover atenção, proteção e cuidados especiais às pessoas enfermas, frequentemente, segregando-as em locais especiais para esse fim.
Durante a Idade Média, "enfermarias" faziam parte integrante dos mosteiros europeus, onde monges e freiras dispensavam os cuidados aos enfermos.
Nos séculos XVIII e XIX, numerosos hospitais gerais foram criados na Europa, onde, predominantemente, eram internadas as pessoas pobres, uma vez que os mais abastados optavam por tratamentos domiciliares.
As condições higiênicas e sanitárias nestes hospitais eram, frequentemente, precárias e permitiam com facilidade a propagação de doenças infecciosas em razão da reunião, em ambiente confinado, de um grande número de doentes.
Como exemplo, podemos citar a situação, nos finais do século XVIII do Hospital "Hotel de Dieu"em Paris. O hospital possuia 1000 leitos, mas nunca tinha menos de 2000 ou 3000 pacientes internados. Em épocas difíceis até 8 pacientes dividiam, em turnos, o mesmo leito. As feridas eram lavadas diariamente com uma mesma esponja que passava de paciente a paciente. A água para beber era retirada diretamente do rio Sena. A alimentação e cuidados básicos de higiêne e enfermagem eram igualmente precários. Em consequência disso todas as feridas se infectavam, a mortalidade após amputações era em torno de 60%. Além disso, a febre puerperal era comum, com altas taxas de mortalidade.
A partir de meados do século XIX, numerosas contribuições importantes começaram a permitir o reconhecimento da relação entre condições de higiêne dos hospitais e da maior morbidade e mortalicace de numerosas doenças e da importância do pessoal da saúde na transmissão das mesmas.
Florence Nightingale, uma enfermeira, através de interpretações estatísticas de informações de vários hospitais ingleses, demonstrou claramente a relação entre más condições higiênicas e de elevadas taxas de complicações pós-operatórias, como: gangrenas, erisipelas, etc; asquais se associavam também a altas taxas de mortalidade. Em geral Florence, naquela época, sugeria que os hospitais mantivessem registros confiáveis de óbitos hospitalares.
Finalizando, a importância do CCIH nas diversas instituições hospitalares é historicamente comprovada e a enfermagem encontra no CCIH um importante campo para atuar de forma conscinte e mostrando seus conhecimentos científicos adquiridos.
Campinas, São Paulo - Brasil.
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