SAÚDE NEONATAL - ENFERMAGEM
EM NEONATOLOGIA
UTI NEONATAL - INFORMAÇÕES PARA OS PAIS
JULIANA SILVA DE ALMEIDA
Na unidade de cuidados intensivos neonatais
são internados os recém-nascidos (RN) prematuros, que correm
risco de vida e necessitam de cuidados 24h por dia, bem com aqueles que
sofreram algum problema ao nascimento.
BREVE
HISTóRICO
A história do surgimento da Neonatologia
é relatada por AVERY (1984) em seu livro "Neonatologia, Fisiologia
e Tratamento do Recém-Nascido". Segundo esse livro, a Neonatologia,
como especialidade, surgiu na França. Um obstetra, Dr. Pierre Budin,
resolveu estender suas preocupações além da sala de
parto e criou o Ambulatório de Puericultura no Hospital Charité
de Paris, em 1882. Posteriormente, chefiou um Departamento Especial para
Debilitados estabelecido na Maternidade por Madame Hery, antiga parteira
chefe. Em 1914, foi criado por um pediatra, Dr. Julius Hess, o primeiro
centro de recém-nascidos prematuros no Hospital Michel Reese, em
Chicago. Depois disso, foram criados vários outros centros, que
seguiram os princípios de um obstetra, Dr. Budin e de um pediatra,
Dr. Hess, para a segregação dos recém-nascidos prematuros
com a finalidade de lhes assegurar enfermeiras treinadas com dispositivos
próprios, incluindo incubadoras e procedimentos rigorosos para a
prevenção de infecções.
Um centro criado em 1947 na Universidade do
Colorado, além dos cuidados prestados aos prematuros, possuía
leitos para mães com gravidez de risco para parto prematuro e programas
de treinamento para serem ministrados em todo o Colorado.
Silverman foi pioneiro em estabelecer o uso
de processos cuidadosamente controlados em berçário de prematuros.
O interesse da Dra. Dunhan sobre problemas clínicos dos recém-nascidos
levou-a enfatizar a importância do controle contínuo dos dados
federais sobre a mortalidade de recém-nascidos. Isto serviu de base
para a política federal, aumento do interesse nos serviços
de cuidados materno-infantis assim como nas pesquisa peri e neonatais (AVERY
et al., 1984).
Ainda segundo AVERY (1984), o termo Neonatologia
foi estabelecido por Alexander Schaffer cujo livro sobre o assunto, "Diaseases
of the Newborn", foi publicado primeira vez em 1960 . Esse livro junto
com o "Physiology of the Newborn Infant", de Clement Smint, constituem
a base do novo campo. (AVERY et al., 1984)
Na instalação de uma unidade
de atendimento ao RN e gestante tem sido utilizado o modelo de "Sistema
de Regionais Integrado e Hierarquizado". Este modelo tem implícito
a assistência integral à gestante e ao RN, sendo a atenção
efetuada dentro do nível hierárquico em que o caso for indicado.
Ao nível de maternidades, o sistema prevê três níveis
(I, II e III) com um adequado sistema de referência e contra-referência
entre eles.
Esses níveis são:
-
PRIMÁRIO: será
feito o acompanhamento de gestante e Recém-Nascido (RN) de baixo
risco, identificando e encaminhado os casos de maior risco para os próximos
níveis, para melhor assistência.
-
SECUNDÁRIO:
acompanhará gestantes e RN de baixo
e médio risco, selecionando e encaminhado casos de maior risco para
os Centros mais habilitados para o seu atendimento.
-
TERCIÁRIO:
destinado ao atendimento de gestantes e RN de alto risco e internação
de RN com alguma patologia, transportados de outras unidades, para a Unidade
de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN).
A UTIN pode ser dividida nas seguintes áreas:
-
Sala de Admissão (primeiros
cuidados ): local aonde ocorre a recepção do RN de parto
não contaminado e onde permanecerão em observação
durante as primeiras 4 horas de vida.
-
Sala para RN em Observação (opcional):
Destinado aos RN com mais de 4 horas de nascimento que, embora não
patológicos, estejam por algum motivo impedidos de fazerem uso do
alojamento conjunto.
-
Sala de Cuidados Intermediários:
Indicada para os RN que precisam de
tratamento simples por problemas não infecciosos, ou para RN que
sairam da fase aguda da doença, mas ainda necessitam de cuidados
específicos de enfermagem.
-
Sala de Cuidados Especiais (Incluído
Unidade de Tratamento Intensivo): Destinado a RN de alto risco que necessitem
de recursos físicos e humanos especializados para prestação
de cuidados médicos hospitalares constantes.
-
Isolamento: Destinado
a RN com diagnóstico confirmado de processo infeccioso. Os RN que
forem encaminhados para este setor deverão aí permanecer até
a alta.
-
Outras áreas: por exemplo, Sala de Amamentação.
RECURSOS
HUMANOS
A assistência a um RN exige vigilância
constante de pessoal competente e bem treinado.
EQUIPE MÉDICA
EQUIPE DE ENFERMAGEM
A Equipe de Enfermagem da Unidade de Neonatologia
deverá permanecer sob a supervisão constante de uma enfermeira
com treinamento específico em neonatologia. Todo pessoal auxiliar
deve ser submetido a treinamento prévio e mantido em atualização
constante e fixo no setor.
OUTROS
PROFISSIONAIS DA EQUIPE DA UNIDADE NEONATAL
-
Assistente Social;
-
Fonoaudiológo;
-
Nutricionista;
-
Psicólogo;
-
Fisioterapeuta, entre outros.
INDICAÇÃO PARA A UTIN:
-
Baixo peso, <1500g, RN grande ou pequeno para a
idade gestacional;
-
Pré-termo ou prematuro;
-
Filho de mãe diabética;
-
Malformação;
-
Suspeita de infecção congênita;
-
Icterícia não-fisiológica;
-
Pós-maturidade ou pós-datismo;
-
Asfixia perinatal;
-
Trabalho de parto ou parto prolongado;
-
Anomalias congênitas importantes;
-
Anemia Aguda;
-
Síndromes Hemorrágicas;
-
Convulsões;
-
Pré e pós-operatório de cirurgias;
-
Prolapso de Cordão Umbilical;
-
Sofrimento fetal crônico, subagudo, ou agudo;
-
Placenta prévia ou descolamento de placenta;
-
Parto difícil ou tocotraumatismo;
-
Gravidez múltipla (gemelar);
-
Parto cesárea (requer observação);
-
Parto pélvico (requer observação);
-
Oligo e poliidrâmio;
-
Membrana hialina ou outra dificuldade respiratória;
-
Sespis;
-
Doença hemolítica;
-
Cardiopatia congênita;
-
Convulsões;
-
Cardiopatia congênita;
-
RN sintomáticos.
SALA DE ISOLAMENTO
Ás vezes é necessário que o RN permaneça em isolamento, nestes casos a enfermeira irá orientar
os pais como devem proceder e se será necessário, por exemplo, o uso de luvas ou máscara.
São situações que requerem isolamento, dentre outras:
-
Varicela, herpes zoster;
-
Sarampo;
-
Doença invasiva por Menigococo;
-
Herpes simples;
-
Rubéola congênita;
-
Colonização por microrganismos multirresistentes;
-
Outros processos infecciosos.
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA UTI NEONATAL

Quais são e para que servem:
- Incubadora: mantém a temperatura e isola o RN. Possui
controlador de temperatura.
- Monitor de freqüência cardíaca:
fornece os batimentos cardíacos, dispara alarme quando ocorre alguma
alteração nos batimentos do RN.
- Monitores de pressão: fornecem
o nível pressórico do RN.
- Monitor de freqüência respiratória:
indica quantas respirações por minuto o RN apresenta.
- Oxímetro: indica qual a concentração
de oxigênio através de um sensor na pele do RN.
- Bomba de Infusão: usada para manter
um fluxo contínuo de líquido, evitando variações
súbitas do volume sangüíneo e da glicemia.
- Unidade de fototerapia: usada quando o RN
apresenta icterícia precoce (com menos de 24h de vida) entre outros
casos.
Estes são apenas alguns equipamentos encontrados
na UTIN. Devido ao avanço tecnológico, tem sido constante
a inclusão de novos equipamentos para ajudar na assistência
do RN. Em caso de dúvida, converse com a equipe da unidade para conhecer
o tratamento do seu filho e poder ajudar neste tratamento.
É muito importante que os pais
participem dos cuidados do seu filho durante a internação na UTI NEONATAL,
pois o contato entre pais e filhos é essencial para o desenvolvimento do bebê.
SE QUISER SABER MAIS SOBRE O ASSUNTO, ESCREVA PARA NÓS OU USE SISTEMAS DE BUSCA
CADÊ? / YAHOO!
/ ALTAVISTA / LYCOS
/
BIBLIOGRAFIA
AVERY, G.B. Neonatologia, Fisiologia e Tratamento
do Recém-Nascido, 2. ed., Rio de Janeiro: Medsi, 1984, 1035p.
FONTES, J.A.S. Perinatologia Social,
São Paulo: Fundo Editorial BYK, Proceinx, 1984, 892p.
DINIZ, E.M.A. et al. Manual de
Neonatologia, São Paulo: Sociedade de Pediatria de São
Paulo, Revinter, 1994, 342p.
MIURA, E Neonatologia: Princípio
e Prática, Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
ALBANO, N; MIRANDA, L.E.V. Organização da
Unidade de Tratamento Intensivo. In: VIEGAS, D.; MORAIS, R.V. Neonatologia
Clínica e Cirúrgica, São Paulo: Livraria Ateneu,
1986, p. 367-70.
VEIGAS, D.; GRAJWER, L.A.; GRINFELD, H.; SILVA, L.L.A
A Assistência ao Recém-Nascido de Alto Risco. In: VIEGAS, D.; MORAIS, R.V.
Neonatologia Clínica e Cirúrgica. São Paulo:
Livraria Ateneu, 1986, p. 351-65.
GRAJWER, L.A.;"Necessidades Básicas de
Equipamentos em uma Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN). In:
VIEGAS, D.; MORAIS, R.V. Neonatologia Clínica e Cirúrgica.,
São Paulo, Livraria Ateneu, 1986, p. 371-77.
A autora desta página é bolsista de Iniciação Científica da FAPESP.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena Baena de Moraes Lopes
Agradecimentos: Profa. Ianê Nogueira do Vale pela revisão do texto e cessão das fotos.
COORDENAÇÃO
| SUB-ESPECIALIDADES
| BIBLIOTECA ONLINE
| RECURSOS INTERNET
| EDUCAÇÃO
| PESQUISA
| EVENTOS
| CASOS CLÍNICOS
| COLABORADORES
| MAIS...
| NOVIDADES
| CONTATO

Copyright (c) 1997 Universidade Estadual de Campinas