Em fins do século passado a cidade de São Paulo contava com três grandes hospitais - Santa Casa de Misericórdia, Hospital Militar e Beneficência Portuguesa ou Hospital São Joaquim. O Hospital Samaritano surgiu da iniciativa de um protestante chinês, que ao ser internado por moléstia grave recebeu cuidados de irmãs de caridade e segundo o paciente percebeu diferenças no tratamento devido a sua religião não ser católica. Quando faleceu deixou toda a sua fortuna para a construção do hospital.

O fato da sociedade beneficente que mantinha o Hospital ser constituída de personalidades estrangeiras, médicos provenientes da Inglaterra e dos EUA, países onde o sistema Nightingale para formação de enfermeiras já estava plenamente em vigor desde 1860 e 1873, respectivamente, deu origem à preocupação dos dirigentes em manter um serviço de enfermagem à altura da instituição.

Por iniciativa do primeiro diretor médico do hospital Dr Willian London Strain, foram contratadas cinco enfermeiras inglesas que aqui chegaram no decorrer de 1894.

Maggie K. Grosart, enfermeira inglesa contratada também em 1894 para atuar como enfermeira-chefe a partir de 1895 tinha como uma de suas responsabilidades "o controle e treinamento de enfermeiras". Entretanto, a escola não foi criada nesse ano. Presume-se que o curso de enfermagem tenha sido iniciado em 1900 ou 1901. O relatório correspondente ao ano de 1904 menciona a existência de cinco enfermeiras contratadas dentre as já preparadas no país.

A escola de enfermeiras do Hospital Samaritano apresentava as mesmas características do Sistema Nightingale: curso dirigido por enfermeira, programa desenvolvido em 3 anos sendo três primeiros meses de estágio probatório, ensino teórico e prático ministrado por enfermeiras e eventualmente por médicos, ajuda de custo para as alunas de quantia que aumentava a cada ano do curso e seleção cuidadosa de candidatas - em geral moças pertencentes as famílias alemãs, norte americanas e inglesas já nascidas no Brasil.