ENFERMAGEM NEONATAL
ALEITAMENTO MATERNO
JULIANA SILVA DE ALMEIDA* e IANÊ NOGUEIRA DO VALE **
A enfermeira tem importante papel na ajuda e aconselhamento às mães que desejam amamentar. Desde o pré-natal a enfermeira deve ajudar e aconselhar as mães, desfazendo mitos prevenindo e tratando as possíveis complicações que possam vir a aparecer, estando próxima antes, durante, após o parto e durante os primeiros dias de puerpério, contribuindo para a formação da auto-confiança, para que ocorra sucesso na amamentação.
No contexto do processo de cuidar, a enfermeira encontra na amamentação situações que devem ser diagnosticadas e cujas intervenções estão no âmbito de resolução da enfermagem, isto é, são ações independentes. Nesta situação podemos levantar diagnósticos como: amamentação eficaz e amamentação ineficaz , já incluídos na classificação diagnóstica da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). No entanto, na vivência clínica, poderíamos identificar outros diagnósticos tais como o risco de amamentação ineficaz e potencial para melhorar o desempenho de amamentação, que não não fazem parte de nenhuma classificação diagnóstica, mas que podem ser investigados e avaliados.
A enfermeira deve estar disponível para auxiliar a mãe nas primeiras mamadas, observar como está sendo a "pega" do bebê, e responder perguntas quanto aos cuidados com o recém-nascido, entre outras coisas. A enfermeira deve manter um diálogo com a mãe, de forma simples. E com fazer isso?
Fazer questionamentos, através de uma conversa amigável, sem ser muito cansativa:
Assistindo a mãe durante as primeiras mamadas
1- Antes de dar o peito, esvaziar a aréola para facilitar a pega.
2- Mostrar como segurar a mama com os dedos em baixo e o polegar em cima; desta forma ela pode posicionar o mamilo diretamente na boca da criança (evitar segurar em tesoura).
3- Deixar que a própria criança pegue o peito. A mãe pode orientar, colocando o mamilo na bochecha do bebê para estimular o reflexo de busca.
4- Esperar que o bebê abra bem a boca e movê-lo em direção à mama.
5- A criança deve estar com o corpo encostado no da mãe (estômago da criança em contato com a barriga da mãe).
6- O rosto da criança deve estar próximo da mama de modo que o queixo possa tocar a mama.
7- A boca da criança deve estar bem aberta para poder abocanhar grande parte da aréola.
8- O lábio inferior deve estar voltado para fora e cobrir quase toda a porção inferior da aréola, enquanto a parte superior da aréola é a que pode aparecer mais.
9- Observar o deslizamento do queixo indicando a boa pega e a sucção.
10- Observar a criança tranquila, engolindo em rítmo regular, devagar e em goles profundos.
11- A mãe não se queixa de dor quando a pega é correta.
12- Instruir para oferecer ambos os lados a cada amamentação, alternando a mama pela qual inicia.
13- Demonstrar como usar o dedo mínimo no canto da boca do bebê, para romper o vácuo, e ele soltar o peito sem machucar.
AMAMENTAÇÃO EFICAZ
Definição: estado na qual a mãe e criança apresentam adequada competência e satisfação com o processo de amamentação.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS MAIORES
-Habilidade da mãe em posicionar a criança no peito para promover uma resposta bem sucedida de sucção.
-Satisfação da criança após alimentar-se.
-Regular e constante deglutição.
-Peso apropriado da criança em relação à idade.
-Padrão efetivo de comunicação mãe/filho.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS MENORES
-Sinais e/ou sintomas de liberação de ocitocina (saída do leite ou reflexo da ejeção).
-Padrão adequado de eliminação para a idade.
-Ânsia da criança por mamar.
-Verbalização da mãe de satisfação com o processo de amamentação.
AMAMENTAÇÃO INEFICAZ
Definição: Estado no qual a mãe e/ou a criança experimentam insatisfação ou dificuldade com o processo de amamentação.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS MAIORES
-Insatisfação no processo de amamentação.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS MENORES
-Suprimento inadequado de leite atual ou percebido.
-Inabilidade da criança para pegar o seio materno corretamente.
-Ausência de sinais de liberação de ocitocina.
-Sinais observáveis de ingestão inadequada de leite.
-Inconstância da sucção ao seio.
-Ferimento persistente do mamilo além da 1a. semana de amamentação.
-Agitação e choro manifestados pela criança na primeira hora após a amamentação.
-Não resposta à outras medidas de conforto.
-Arqueamento da criança e choro resistindo abocanhar.
Fatores relacionados:
Fisiológicos
Situacional
ALGUNS SITES INTERESSANTES:
Baby Site : dicas sobre gravidez, parto, amamentação, entre outras coisas.Contém artigos de bastante interesse para a enfermagem, e boas dicas de leitura. Site muito bom!!!!
Ibfanrio : apoio e incentivo à amamentação como melhor forma de proteção à saúde da criança.
Amamentar é um ato Ecólogico : site da Semana Mundial da Amamentação, produzida pela WABA
Amamentação - O Melhor Começo para a Vida : página do Grupo Origem, ONG que trabalha na promoção, apoio e defesa do aleitamento materno.
Para encontrar mais sites sobre o assunto, utilize os sistemas de busca:
Cadê? / Alta Vista / Yahoo! / Lycos
*Bolsista de Iniciação Científica da FAPESP
**Profa. Assistente do Depto. de Enfermagem da FCM - UNICAMP