POPULAÇÃO A SER ATENDIDA

MÃE

Com ausência de patologia que contra-indique ou impossibilite o contato com RN e, se possível, que tenham sido orientadas sobre o alojamento conjunto durante o pré-natal.

RECÉM-NASCIDO

- RN a termo, apropriados para Idade Gestacional e sem patologia, com boa vitalidade, boa sucção, adequado controle térmico, sem risco de infecção (situações de risco de infecção: mãe febril, recebendo antibiótico, bolsa rota há mais de 24 horas, RN nascido fora do centro obstétrico).

- Peso de nascimento superior a 2.500g menos de 4.000g.

- Boletim de Apgar igual ou superior a 7 no primeiro minuto. de vida.

- Em caso de cesariana, o RN será de levado para a mãe entre 2 e 6 horas após o parto, respeitando-se as condições maternas.

EXCLUSÃO DO RN

-Apgar abaixo de 7 no primeiro e no quinto minuto.

-RN com peso acima do percentil 90 ou abaixo do percentil 10 para a idade gestacional.

-Malformação que impeçam a amamentação.

-Alto risco de infecção.

-RN de mãe diabética.

-Icterícia precoces.

-Patologias diagnosticadas ao exame imediato..

ALIMENTAÇÃO DO RN

-Seio materno em livre demanda.

-Não oferecer bicos ou chupetas.

-Mamadeira de leite ou outras alimentação, só sob prescrição médica.

-Proibida amamentação cruzada. .

FLUXOGRAMA

O RN será conduzido da sala de reanimação para o berçário onde receberá cuidados rotineiros de higiene.

Colocados em berço aquecido no Berçário de Observação, aí ficará por cerca de seis horas (esse período pode ser estendido para 12 horas para nascidos por fórceps e a 24 horas para os cesariados).

Após esse período, o pediatra avalia as condições clínicas do RN (primeiro exame e determinação da idade gestacional) e autoriza a sua ida para o Alojamento Conjunto.

O RN será transportado pelo pessoal de enfermagem até o berço colocado do lado da mãe, após prévia comunicação sobre a vinda do RN e avaliação da capacidade da mãe de recebê-lo.

A duração do Alojamento Conjunto deverá ser, no mínimo, de 60 horas completas. E quando a mãe demonstrar que pode prestar todos os cuidados ao RN.

A interrupção do Alojamento Conjunto poderá ser feita por determinação médica por motivos maternos ou do RN, sendo este reencaminhado ao berçário, com possibilidade de retorno, sendo a mãe esclarecida sobre o motivo da transferência.

ATENDIMENTO DA MÃE E DO RN NO ALOJAMENTO CONJUNTO

O atendimento ao binômio no Alojamento Conjunto constitui-se na operacionalização da função educativa do Sistema. Esse atendimento acontece de forma contínua durante a internação e se dá de forma individualizada e em grupo.

ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM PRESTADO DE FORMA INDIVIDUAL

Aqui descreveremos algumas ações que o enfermeira pode realizar nesta unidade, mas essas ações realizadas pelo enfermeira podem sofrer influência do serviço, do próprio profissional, e da clientela.

AÇÕES DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO INDIVIDUAL

-Receber a mãe no Alojamento Conjunto após sua alta no Centro Obstétrico.

-Avaliar suas condições físicas e emocionais.

-Fornecer a mãe informações precisas sobre as condições de seu filho no momento de sua admissão no Alojamento Conjunto.

-Retornar com a mãe os dados já existentes em seu prontuário de modo a esclarecê-los ou ampliá-los, quando necessário, e demonstrar-lhe que sua chegada já estava sendo preparada com interesse pelo profissional.

-Colher dados pertinentes aos objetivos do Alojamento Conjunto, os quais propiciam ações mais específicas à realidade da pessoa.

-Esclarecer sobre as rotinas gerais da unidade, de modo a situá-la melhor no ambiente.

-Esclarecer sobre os cuidados específicos, com dietas, higiene, medicação, deambulação, etc., pontuando sempre estas orientações com os hábitos da mãe de modo a intregá-la em suas experiências anteriores e expectativas.

-Esclarecer sobre objetivos gerais do Alojamento Conjunto.

-Avaliar, respeitando a opinião da mãe, a oportunidade de instalação do Alojamento Conjunto.

-Trazer o RN para junto da mãe.

-Propiciar condições para que na mãe possa reconhecer seu filho, mostrando-se disponível para auxiliá-la na amamentação ou situações que lhe pareçam difíceis

-Oportunizar que o pai participe nos encontros da enfermeira com a mãe, incentivando-o a expressar suas opiniões.

-Realizar os os primeiros cuidados com RN e orientar a mãe incentivando-a a cuidar do filho, estendendo este estímulo à participação do pai sempre que este tiver presente.

-Supervisionar os cuidados prestados pela mãe: troca de roupa, medidas de higiene, cuidados com o coto umbilical, avaliação da temperatura, etc, objetivando orientá-la e esclarecê-la em suas dúvidas.

-Orientar a mãe sobre os demais cuidados com os filhos: vestuários, eliminações, avaliação da cor da pele, atividades, sono, profilaxia da dermatite amonical, prováveis causas de choro, necessidades afetivas, encaminhamentos e avaliações clínicas periódicas.

-Registrar nos prontuários da mãe e do RN as condições evidenciadas e condutas tomadas de modo a fornecer as informações necessárias para ações de outros profissionais da equipe.

-Acompanhar a evolução diária da paciente objetivando reforçar orientações e detectar precocemente problemas clínicos e emocionais.

-Acompanhar a evolução diária do RN, incentivando a mãe a participar deste acompanhamento com objetivo de que ela possa sentir-se capaz de conhecer e avaliar seu filho, reconhecendo assim, também, situações onde necessitará da ajuda do profissional de saúde para auxiliá-la no atendimento da criança.

-Preparar alta da mãe e do RN, revisando orientações dadas e fornecendo os encaminhamentos necessários.

AÇÕES DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO EM GRUPO

Esse tipo de atendimento visa a troca de experiências entre as mães e pais, com a exposição de sentimentos em relação a maternidade e paternidade,e as dificuldades que estejam enfrentando no cuidado com seus filhos.

Deve ser realizado pela equipe assistencial da Unidade de forma conjunta, de modo à esclarecer aos participantes do grupo dúvidas sobre assuntos relacionados à sua área de atuação.

O atendimento ao grupo deve ser feita de forma sistemática, de modo que, mesmo com um tempo de internação menor, mãe e pai possam participar de um encontro juntos.

Estabelecer um número de assuntos a serem abordados, incluindo: amamentação, com suas vantagens e possíveis dificuldades, características psicológicas e físicas do puerpério, atividade sexual no puerpério, anticoncepção, e reforçar as orientações sobre as características e cuidados com o RN. 



Foto: Campanha da UNICEF em prol do Alojamento Conjunto

BIBLIOGRAFIA

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, "Normas Básicas para Alojamento Conjunto", Portaria MS/GM no 1.016, 26 de agosto de 1993. DOU no 167 de 1/9/93, seção I, p. 13.066.

CASANOVA, LD; SEGRE,CAM; "Alojamento Conjunto", In: DINIZ, EMA; "Manual de Neonatologia", São Paulo, Revinter, p.17-19,1993.

SEGRE,CAM; SANTORO JR.,M; "Assistência Hospitalar a Recém Nascido: Recomendações para Padronização", In: DINIZ,EMA; "Manual de Neonatologia", São Paulo, Revinter, p. 1-8, 1993.

BRENELLI, MA; "Alojamento Conjunto", In: NEME,B; "Obstetrícia Básica", São Paulo, Savier, p.176-180, 1994.

CORRADINI, HB; COSTA, MTZ; BARBIERI, DL; BARROS, JCR; RAMOS,JLA; MARETTI,M; "Cuidados ao Recém-Nascidos em Alojamento Conjunto", In: MARCONDES,E ; "Pediatria Básica", 8o ed., São Paulo, Savier, p.315-16, 1994

RIGATTI, MF; " Aspectos Gerais da Assistência de Enfermagem em Sistema de Alojamento Conjunto", In: MUIRA,E e cols.; " Neonatologia: Princípios e Pratica", São Paulo, Arte Médica, p. 41-43, 1993.


A autora desta página é bolsista de Iniciação Científica da FAPESP.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena Baena de Moraes Lopes

Agradecimentos: Profa. Ianê Nogueira do Vale pela revisão do texto e cessão das fotos.